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Quer entender tudo sobre as marés?

Preparei um e-book especial, feito com carinho, que explica de forma leve e completa o movimento contínuo das marés. O sobe e desce que dita o ritmo do oceano.

Ambientes intertidais: o que são, quais existem e por que dependem das marés

Os ambientes intertidais (ou ambientes entre-marés) são as áreas da costa que ficam alternadamente cobertas e descobertas pela maré. Em poucas horas, esses lugares passam de submersos a expostos, enfrentando variações rápidas de temperatura, salinidade, oxigênio e impacto das ondas.


Essa alternância cria alguns dos ambientes mais desafiadores do planeta — e, ao mesmo tempo, alguns dos mais produtivos. A chave para isso está em um processo simples e constante: a renovação da água promovida pelas marés.


Neste artigo, você vai entender de forma clara:



O que são ambientes intertidais

Os ambientes intertidais são as regiões da costa localizadas entre o nível máximo alcançado pela maré alta e o nível mínimo da maré baixa. Essa faixa não é fixa: ela se desloca ao longo do dia, acompanhando o movimento contínuo das marés.


Isso significa que os ambientes intertidais passam, diariamente, por ciclos repetidos de inundação e exposição ao ar, geralmente duas vezes por dia. Em poucas horas, um mesmo local pode funcionar como fundo marinho e, depois, como superfície exposta ao sol e ao vento.


Durante a maré alta, o intertidal faz parte do ambiente marinho. A água cobre o substrato, os organismos ficam submersos e as trocas de oxigênio, nutrientes e calor acontecem diretamente com o oceano.


Durante a maré baixa, esse mesmo ambiente fica parcial ou totalmente exposto, enfrentando dessecação, variações rápidas de temperatura, mudanças de salinidade e impacto direto das condições atmosféricas.


Essa alternância constante não é um detalhe — ela é o que define o intertidal.


Diferentemente de ambientes sempre submersos (subtidais) ou sempre emersos (terrestres), o intertidal existe exatamente no limite entre dois mundos. Por isso, suas características físicas, químicas e biológicas são moldadas pelo ritmo das marés.


É essa exposição repetida a extremos, seguida pela renovação periódica da água, que cria:

  • ambientes altamente dinâmicos

  • organismos com adaptações específicas

  • ecossistemas extremamente produtivos



Quais são os principais ambientes intertidais

Os ambientes intertidais estão presentes em praticamente todo o litoral do planeta, mas não formam um único tipo de ecossistema. Eles assumem configurações diferentes conforme fatores como:


  • tipo de substrato (rocha, areia, lama)

  • energia das ondas

  • amplitude das marés

  • presença de rios e sedimentos

  • clima e latitude


A seguir, os principais tipos de ambientes intertidais e o que define cada um.


Costões rochosos

Os costões rochosos são ambientes intertidais de alta energia, onde a costa é formada por rochas expostas diretamente à ação das ondas.


Nesses locais:

  • a água é renovada de forma intensa

  • o impacto das ondas é constante

  • o substrato é estável e rígido


A vida se fixa diretamente à rocha, formando zonas bem definidas ao longo do gradiente vertical da maré. Cracas, mexilhões, algas e anêmonas dominam esses ambientes, usando estratégias de fixação e fechamento para sobreviver à exposição ao ar durante a maré baixa.


Praias arenosas

As praias arenosas são ambientes intertidais extremamente dinâmicos, moldados pelo movimento contínuo da areia.


Diferentemente dos costões:

  • o substrato não é fixo

  • a areia se move a cada onda e a cada maré

  • a maior parte da vida ocorre enterrada


Organismos como crustáceos, moluscos e vermes acompanham o avanço e o recuo da maré, ajustando sua posição vertical no sedimento. A renovação da água acontece tanto pela maré quanto pela circulação entre os grãos de areia.


Manguezais

Os manguezais são ambientes intertidais de vegetação abundante, típicos de regiões tropicais e subtropicais, localizados na transição entre rios e oceano.


Eles se caracterizam por:

  • inundação periódica pelas marés

  • mistura de água doce e salgada

  • alta retenção de sedimentos lamosos e nutrientes


A maré é fundamental para a renovação da água nesses sistemas, evitando estagnação, redistribuindo nutrientes e sustentando uma das maiores produtividades biológicas do planeta. Manguezais funcionam como berçários naturais, e tem um papel fundamental na proteção costeira e no sequestro de carbono.


Planícies de maré

As planícies de maré são grandes áreas rasas, geralmente lodosas ou arenosas, que emergem durante a maré baixa e ficam submersas na maré alta.


Nesses ambientes:

  • a exposição ao ar pode durar várias horas

  • a renovação da água ocorre em pulsos

  • o alimento se acumula na superfície e no sedimento


Planícies de maré sustentam altas densidades de invertebrados e são fundamentais para peixes e aves costeiras, especialmente durante fases específicas da maré.


Marismas

As marismas são ambientes intertidais vegetados comuns em regiões temperadas, geralmente associados a estuários e costas abrigadas.


Diferentemente dos manguezais:

  • a vegetação é composta por plantas herbáceas

  • o solo fica exposto a maior parte do tempo

  • a inundação ocorre apenas durante marés mais altas


A renovação da água pelas marés é essencial para controlar salinidade, oxigenação e disponibilidade de nutrientes. Marismas também têm papel importante na proteção costeira e no sequestro de carbono.


Poças de maré

As poças de maré são pequenas áreas de água isoladas que se formam em depressões entre rochas durante a maré baixa.


Apesar do tamanho reduzido, são ambientes extremos:

  • sofrem grandes variações de temperatura

  • têm mudanças rápidas de salinidade

  • podem apresentar baixos níveis de oxigênio


A cada maré cheia, essas poças são parcialmente ou totalmente renovadas, o que evita o colapso químico e permite a sobrevivência de algas, peixes e invertebrados adaptados a condições extremas.



Por que os ambientes intertidais são extremos

Os ambientes intertidais estão entre os ecossistemas mais extremos do planeta não por causa de um único fator isolado, mas pela sobreposição contínua de diferentes tipos de estresse físico e químico, que se repetem várias vezes ao dia.


Ao contrário de outros ambientes naturais, onde condições severas podem ocorrer de forma episódica, no intertidal os extremos são rotineiros.


Em poucas horas, um mesmo organismo pode enfrentar:

  • Exposição ao sol e ao vento, com aumento rápido da temperatura corporal e perda de água por evaporação.

  • Impacto direto das ondas, que gera forças mecânicas intensas capazes de deslocar ou danificar organismos fixos.

  • Variações rápidas de temperatura, que podem ultrapassar dezenas de graus entre a maré alta e a maré baixa.

  • Mudanças bruscas de salinidade, causadas por evaporação, chuva ou mistura com água doce em ambientes estuarinos.

  • Períodos de dessecação, nos quais os tecidos ficam parcial ou totalmente sem água até o retorno da maré.

  • Exposição a diferentes predadores, a subida da maré traz predadores marinhos; a emersão expõe os organismos a aves e outros animais terrestres.


Esses estresses não atuam de forma isolada. Eles ocorrem simultaneamente ou em sequência, amplificando seus efeitos fisiológicos.


A frequência é o fator decisivo

O que torna os ambientes intertidais verdadeiramente extremos não é apenas a intensidade dessas condições, mas a frequência com que elas se repetem.


Na maior parte do litoral do mundo, os ciclos de maré fazem com que:

  • a exposição e a submersão ocorram duas vezes por dia,

  • todos os dias,

  • durante toda a vida dos organismos.


Isso significa que não há longos períodos de recuperação. O estresse é seguido por renovação, que logo dá lugar a um novo ciclo de estresse.


O intertidal funciona como um sistema de compressão temporal: extremos que em outros ambientes aconteceriam de forma rara, aqui acontecem de forma previsível e repetida.


Um ambiente definido pelo ritmo, não pela permanencia

Enquanto ambientes subtidais lidam principalmente com variações graduais, os ambientes intertidais são moldados por mudanças rápidas e cíclicas.


Essa dinâmica cria:

  • limites fisiológicos muito estreitos

  • organismos altamente especializados

  • forte seleção natural baseada em tolerância ao ritmo, não à permanência


No intertidal, sobreviver não significa evitar o extremo. Significa atravessá-lo repetidamente até a maré voltar.



Como a vida sobrevive no intertidal

Diferentemente de ambientes estáveis, onde os organismos buscam manter condições internas constantes, no intertidal a estratégia central é ganhar tempo.


Os organismos não tentam funcionar normalmente durante a maré baixa. Eles suspendem, reduzem ou reorganizam funções vitais temporariamente, aguardando a renovação trazida pela maré cheia.


É por isso que a sobrevivência no intertidal está mais ligada ao tempo de tolerância do que à força física ou metabólica.


Principais estratégias de sobrevivência no intertidal

Apesar da enorme diversidade de organismos, as estratégias se organizam em alguns grandes grupos funcionais.


Redução metabólica

Durante a maré baixa, muitos organismos:

  • reduzem drasticamente o metabolismo

  • diminuem consumo de oxigênio

  • entram em estados de baixa atividade fisiológica


Isso permite atravessar períodos de pouco oxigênio, altas temperaturas ou falta de água sem colapso celular.


Isolamento do meio externo

Organismos como cracas, mexilhões e caramujos:

  • fecham conchas ou placas calcárias

  • reduzem trocas com o ambiente

  • criam um microambiente interno temporário


Esse isolamento limita a perda de água e protege tecidos sensíveis até o retorno da maré.


Retenção e controle da água corporal

Muitos organismos intertidais:

  • armazenam água nos tecidos

  • produzem muco ou camadas protetoras

  • ajustam a composição interna para evitar danos celulares


Essas estratégias reduzem os efeitos da dessecação e das variações bruscas de salinidade.


Tolerância fisiológica a extremos

Algumas espécies desenvolveram alta tolerância a:

  • variações térmicas

  • mudanças rápidas de salinidade

  • períodos curtos de hipóxia


Essa tolerância não significa conforto, mas capacidade de sobreviver temporariamente a condições severas.



A importância da maré no processo de sobrevivência

Nenhuma dessas estratégias funciona indefinidamente.


O que torna a vida no intertidal possível é o fato de que o estresse tem duração limitada. A maré volta, trazendo:

  • reidratação dos tecidos

  • renovação do oxigênio

  • restabelecimento da alimentação

  • remoção de resíduos metabólicos


A sobrevivência intertidal depende diretamente desse ciclo previsível de estresse seguido por recuperação.


Sem a renovação periódica da água pelas marés, mesmo os organismos mais adaptados não resistiriam.



Por que os ambientes intertidais são tão produtivos

Os ambientes intertidais estão entre os ecossistemas mais produtivos do planeta não apesar da instabilidade, mas por causa dela.


A chave dessa produtividade está na renovação frequente da água promovida pelas marés, que mantém o sistema em constante reorganização física, química e biológica.


Produtividade começa com circulação, não com estabilidade

Em ambientes onde a água permanece parada por longos períodos, nutrientes se esgotam, o oxigênio diminui e resíduos se acumulam. No intertidal, isso raramente acontece.


A cada maré cheia, uma nova massa de água entra no sistema, promovendo:

  • renovação do oxigênio dissolvido, essencial para respiração dos organismos

  • entrada de nutrientes, que alimentam algas, fitoplâncton e microrganismos

  • remoção de resíduos metabólicos, evitando toxicidade

  • redistribuição de calor, reduzindo extremos térmicos


Esse processo se repete diariamente, criando um ambiente que nunca se esgota.

Mistura constante aumenta a disponibilidade de alimento

As marés promovem a mistura entre diferentes massas de água, especialmente em regiões costeiras e estuarinas. Essa mistura:

  • transporta nutrientes do oceano aberto para áreas rasas

  • redistribui matéria orgânica acumulada no sedimento

  • mantém partículas em suspensão, facilitando a alimentação de organismos filtradores


Como resultado, produtores primários — como algas e fitoplâncton — encontram condições ideais para crescimento rápido, sustentando cadeias alimentares curtas e eficientes.


Pulsos de produtividade, não produção contínua

Ao contrário de ecossistemas estáveis, onde a produção é relativamente constante, os ambientes intertidais funcionam em pulsos.


Cada ciclo de maré cria:

  • um período de renovação intensa

  • seguido por uso rápido dos recursos disponíveis

  • seguido por nova renovação


Essa dinâmica favorece alta taxa de produção ao longo do tempo, mesmo que as condições variem bastante ao longo do dia.


Ambientes intertidais como berçários naturais

A alta produtividade dos ambientes intertidais sustenta um papel ecológico fundamental: o de berçários naturais.


Áreas intertidais oferecem:

  • grande disponibilidade de alimento

  • abrigo contra predadores maiores

  • renovação constante da água

  • conexão direta com o oceano aberto


Por isso, muitas espécies de peixes, crustáceos e moluscos dependem desses ambientes durante fases iniciais do ciclo de vida.


Produtividade depende do ritmo das marés

É importante destacar: não é apenas a presença da maré que importa, mas seu ritmo previsível.


A produtividade intertidal depende de:

  • frequência das marés

  • amplitude da oscilação do nível do mar

  • capacidade de renovação da água


Quando esse ritmo é alterado — por obras costeiras, elevação do nível do mar ou mudanças climáticas — a produtividade do sistema pode cair rapidamente.



Ambientes intertidais no Brasil

O litoral brasileiro abriga uma das maiores diversidades de ambientes intertidais do Atlântico Sul, resultado da combinação entre grande extensão costeira, clima predominantemente tropical, influência de grandes sistemas fluviais e diferentes tipos de costa.


Ao longo de mais de 8.000 km de litoral, os ambientes intertidais no Brasil variam fortemente em estrutura, produtividade e dinâmica.


Manguezais: o coração intertidal tropical

O Brasil concentra uma das maiores áreas contínuas de manguezais do mundo, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.


Praias arenosas: o intertidal invisível

As praias arenosas dominam grande parte da costa brasileira. Embora pareçam simples à primeira vista, são ambientes intertidais altamente dinâmicos.


Costões rochosos: diversidade em pequena escala

Os costões rochosos, mais comuns no Sudeste e no Sul do Brasil, concentram grande diversidade biológica em áreas relativamente pequenas.


Marismas: intertidal temperado no Sul do Brasil

No Sul do país, especialmente em áreas estuarinas, ocorrem marismas, ambientes intertidais vegetados típicos de regiões temperadas.


Poças de maré: extremos em miniatura

Em áreas de costões rochosos e recifes expostos, especialmente durante a maré baixa, formam-se inúmeras poças de maré.


Por que os ambientes intertidais são tão importantes no Brasil

Os ambientes intertidais brasileiros são fundamentais porque:

  • sustentam a biodiversidade costeira e marinha

  • funcionam como berçários naturais para espécies de interesse ecológico e econômico

  • apoiam a pesca artesanal e comunidades costeiras

  • contribuem para a proteção da costa, reduzindo erosão

  • participam da manutenção da qualidade da água


Apesar de resistentes a extremos naturais, esses ambientes são altamente sensíveis a alterações rápidas no nível do mar, poluição e ocupação costeira.



Por que esses ambientes são vulneráveis

Quando esse ritmo previsível de estresse seguido por renovação é alterado de forma rápida ou permanente, o sistema perde sua capacidade de se reorganizar.


A vulnerabilidade do intertidal não está nos extremos em si, mas na ruptura do tempo disponível para recuperação.


Elevação do nível do mar: compressão do habitat

A elevação do nível do mar não afeta apenas a posição da linha da costa. Ela provoca um fenômeno conhecido como compressão do habitat intertidal.


Isso acontece porque:

  • o mar avança para áreas mais altas

  • estruturas humanas (muros, estradas, edificações) impedem o deslocamento natural do intertidal

  • a faixa entre maré alta e maré baixa se estreita


Com menos espaço, organismos perdem zonas adequadas de exposição e submersão, reduzindo diversidade e produtividade.


Obras costeiras: quebra da renovação natural

Estruturas como:

  • portos

  • molhes

  • espigões

  • dragagens

podem alterar significativamente o padrão local das marés e das correntes.


Essas intervenções:

  • reduzem a circulação da água

  • alteram tempos de inundação e exposição

  • favorecem estagnação

  • modificam o transporte de sedimentos


Quando a renovação da água é comprometida, o intertidal perde seu principal mecanismo de funcionamento.


Poluição: sobrecarga sem tempo de resposta

Os ambientes intertidais conseguem lidar com cargas naturais de matéria orgânica e sedimentos porque a maré promove limpeza periódica.


No entanto, a poluição moderna introduz:

  • nutrientes em excesso

  • contaminantes químicos

  • microplásticos

  • esgoto não tratado


Quando a carga de poluentes supera a capacidade de remoção pelas marés, ocorre acúmulo tóxico. O sistema não falha por falta de adaptação, mas por falta de tempo para processar o excesso.


Aquecimento extremo durante a maré baixa

Eventos de calor extremo afetam de forma desproporcional os ambientes intertidais.


Durante a maré baixa:

  • organismos ficam expostos ao sol direto

  • não há efeito de resfriamento da água

  • a temperatura corporal pode subir rapidamente


Ondas de calor frequentes reduzem o intervalo seguro entre um evento de estresse e outro, levando a mortalidade mesmo em espécies altamente adaptadas.


Mudanças rápidas quebram sistemas baseados em ritmo

Os ambientes intertidais funcionam bem porque:

  • o estresse é intenso, mas previsível

  • a renovação ocorre em intervalos regulares

  • os organismos são adaptados ao ciclo


Mudanças rápidas — climáticas ou antrópicas — quebram essa previsibilidade.


Quando:

  • a maré não renova como antes

  • o intervalo entre estresse e recuperação encurta

  • a exposição se prolonga


o sistema perde sua capacidade de reorganização.



Por que isso importa

A vulnerabilidade dos ambientes intertidais explica por que ecossistemas altamente resistentes a extremos naturais podem colapsar diante de mudanças aparentemente pequenas, mas persistentes.


Eles não falham porque são fracos. Falham porque o ritmo que sustenta a vida é interrompido.



Como observar ambientes intertidais na prática

Os ambientes intertidais estão entre os poucos ecossistemas marinhos que podem ser observados diretamente, sem equipamentos ou formação técnica. Justamente por isso, eles são uma das melhores portas de entrada para entender como o oceano funciona.


Observar o intertidal, porém, não é apenas “ir à praia”. É saber quando, onde e como olhar.


Quando observar: o papel da maré

O melhor momento para observar ambientes intertidais é durante a maré baixa, quando áreas normalmente submersas ficam expostas.


Antes de ir:

  • consulte a tábua de marés da região

  • dê preferência às marés mais baixas do dia

  • observe também o horário de retorno da maré, por segurança


Quanto mais baixa a maré, maior será a área acessível e mais claros ficarão os gradientes do intertidal.


Onde observar: cada costa mostra algo diferente

Ambientes intertidais existem em diferentes tipos de costa, e cada um revela processos distintos:

  • Costões rochosos mostram bem a zonificação dos organismos e a formação de poças de maré.

  • Praias arenosas revelam menos vida à primeira vista, mas mostram sinais claros do movimento da maré na areia.

  • Manguezais e planícies de maré permitem observar raízes expostas, canais de maré e áreas recém-inundadas.

  • Poças de maré são verdadeiros aquários a céu aberto com uma grande diversidade de organismos a serem observados.


Escolher um local seguro e acessível é essencial, especialmente em áreas rochosas.



Uma das experiências mais interessantes no intertidal é observar a chegada da maré.

À medida que a água retorna:

  • organismos começam a se abrir

  • poças se conectam novamente ao oceano

  • o ambiente muda de estado em poucos minutos


É possível ver, em tempo real, o processo de renovação que sustenta todo o sistema.



Um laboratório natural acessível

Observar ambientes intertidais não exige coleta, interferência ou instrumentos. Exige apenas tempo, atenção e curiosidade.

Pronto para se encantar na próxima expedição?






Escrito por Mariana Thévenin | Oceanógrafa e criadora do Oceano para Leigos.





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Para se aprofundar

Referências usadas como base conceitual para as explicações apresentadas.


Biologia Marinha — Peter Castro & Michael E. Huber

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  • Obra clássica de biologia marinha, com linguagem clara e abordagem abrangente sobre organismos marinhos, ecossistemas e processos biológicos do oceano. Veja na Amazon


Biologia Marinha — Renato Crespo Pereira & Abílio Soares-Gomes

  • Nível: introdutório a intermediário

  • Forte enfoque nos ecossistemas marinhos, especialmente no contexto brasileiro, integrando biologia, ambiente e conservação. Veja na Amazon


Ecologia Marinha — Renato Crespo Pereira et al.

  • Nível: introdutório a intermediário

  • Aborda as relações ecológicas no ambiente marinho, integrando organismos, habitats e processos ambientais. Veja na Amazon



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